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  • Ana Andrade

Gaguez - Quando consultar um Terapeuta da Fala?


Muitos pais, profissionais de saúde e educadores/professores sentem insegurança relativamente à decisão de procurar um terapeuta da fala quando o seu filho, paciente ou aluno mostra sinais de gaguez. Isto prende-se com várias razões - o facto de não saber até quando esperar, a expectativa de que as disfluências desapareçam em pouco tempo, a crença de que a criança possa ser demasiado nova, ou até mesmo pela comparação com outra criança cujas repetições, bloqueios ou/e prolongamentos desapareceram sem ninguém fazer nada a respeito. Independentemente das suas experiências, todos gostariam de se sentir mais seguros e esclarecidos quanto à ideia de procurar um terapeuta da fala para rastrear a situação ou de como reagir ao facto de uma criança gaguejar. Aqui fica uma ajuda:

1- Assim como todos os outros problemas de saúde, só existem benefícios quer em identifica-los o mais precocemente possível, quer em saber que afinal não existem;

2- Consultar um terapeuta da fala não deve significar forçosamente uma intervenção imediata, mas sim informação, esclarecimento e apoio em relação a uma situação cujos mecanismos de resposta estão em constante evolução científica.

3- Pode ser tão ou mais importante para os familiares procurar um especialista como para a criança. Normalmente, a gaguez infantil gera desconforto, preocupação e até mesmo sentimentos de culpa por parte dos adultos, o que pode influenciar negativamente a fala e as reações da criança, assim como a própria evolução da situação;

4- Uma parte das crianças que mostram sinais de gaguez e procuram um terapeuta da fala com atuação nesta área não chega a realizar terapia direta, porque a situação pode resolve-se através de outras estratégias. Contudo, tem de existir a orientação profissional para que estas resultem.

5- Não existe um limite mínimo de idade para ativar estratégias relativamente à gaguez; mas antes abordagens cientificamente aprovadas para cada idade e características. Durante muitos anos acreditamos que esperar seria a melhor opção, felizmente hoje sabemos mais e melhor.

6- Quanto menor tempo decorrer entre os início das disfluências e o tratamento das mesmas (ainda que indireto) maior é a probabilidade de recuperação. O melhor período para tratar um quadro de gaguez é imediatamente após o seu início.

7- Não existe uma relação directa entre a severidade e a cronicidade de um quadro de gaguez, o que significa que podemos estar perante disfluências leves e um quadro crónico, assim como de disfluência severas e um quadro transitório.

Por estas razões e outras, sugerimos que em caso de dúvida procure sempre um terapeuta da fala com atuação nesta área, ou proponha o encaminhamento para um. Independentemente da tipologia ou severidade dos sinais de gaguez, da idade ou do contexto da criança, a informação pode realmente fazer a diferença.

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